Two sides of the same well-child visit: Analysis of nurses’ and families’ perspectives on empowerment in health counselling
Borges Rodrigues, S., Parisod, H., Barros, L., & Salanterä, S. (2020). Two sides of the same well-child visit: Analysis of nurses’ and families’ perspectives on empowerment in health counselling. Journal of Advanced Nursing, 76(12), 3448–3463.
Resumo
Objetivos: Explorar o nível de empowerment do aconselhamento em saúde em consultas de vigilância de saúde infantil, considerando as perspetivas da enfermeira e da família; examinar os fatores que lhe estão associados. Enquadramento: O empowerment assume elevada prioridade na estratégia mundial de saúde, sendo defendido pelos seus benefícios para a saúde e bem-estar das pessoas. Desenho do Estudo: Trata-se de um estudo transversal, exploratório e correlacional. Métodos: Os dados foram recolhidos entre janeiro de 2018 e outubro de 2019 a partir de uma amostra por conveniência de 82 famílias, que realizaram a consulta de vigilância de saúde infantil dos 5 anos de idade, e de 25 enfermeira, em unidades funcionais de saúde em Portugal. As famílias e enfermeiras avaliaram a mesma consulta utilizando a versão portuguesa de Empowering Speech Practice Scale, que compreende duas subescalas (a ação da enfermeira e a ação da família). Os questionários também incluiram a versão portuguesa dos instrumentos Parental Longitudinal Continuity in Primary Care e Family Nutrition and Physical Activity, questões antropométricas e sociodemográficas. Para análise dos dados utilizámos a estatística descritiva, testes-t para amostras emparelhadas, análise de variância e análise de regressão. Resultados: Enfermeiras e famílias relataram que o empowerment foi praticado num nível elevado. Os elementos do processo de empowerment mais praticados foram os da subescala de ação dos enfermeiros (e.g., construção de uma atmosfera positiva) e os menos praticados foram os da subescala de ação das famílias (e.g, revelação). Foi encontrada uma discrepância entre as avaliações realizadas pelas enfermeiras e pelas famílias no fornecimento de informação e de conselhos individualizados, na revelação, e na colocação de questões, com as famílias a relatarem pontuações mais elevadas. A formação dos enfermeiros em empowerment e em obesidade foi associada a pontuações mais elevadas na subescala de ação dos enfermeiros. A menor familiaridade da família com a unidade funcional de saúde e com a enfermeira, e famílias com crianças com pré-obesidade foram associados a pontuações nas duas subescalas. Conclusões: Embora a experiência positiva reportada pelas enfermeiras e famílias seja um achado importante, as razões para as diferenças nas percepções de empowerment requerem mais investigação. Impacto: A versão portuguesa do Empowering Speech Practice Scale pode ser um instrumento útil para avaliar os serviços, do ponto de vista dos profissionais e das famílias, e para identificar áreas de melhoria.