Os primeiros meses e anos de vida são períodos de oportunidade única na formação física, mental e emocional de cada criança. O cérebro desenvolve-se a um ritmo intenso e irrepetível nos primeiros 1.000 dias de vida. A exposição prolongada à adversidade e ao stress tóxico nos primeiros meses e anos de vida, pode ter consequências na saúde, na aprendizagem, no comportamento e bem-estar ao longo da vida. Existem evidências científicas esmagadoras, em diversas disciplinas – pedagogia, ciências sociais, neurociência, psicologia e economia-, sobre a importância da qualidade do desenvolvimento na primeira infância.
Este período é fundamental para que o processo do neuro-desenvolvimento se faça de forma a permitir que a criança desenvolva competências de autorregulação, de empatia e de autoconfiança e as capacidades de aprender, de construir relacionamentos positivos e de interagir com o meio que a rodeia.
Diversos estudos também demonstram que muitas das principais preocupações de saúde pública na vida adulta (por exemplo, obesidade, doenças cardíacas e problemas de saúde mental) estão relacionadas com experiências vivenciadas durante os primeiros 1.000 dias de vida.
Apesar das evidências, essa etapa do ciclo de vida – os primeiros anos de vida – recebe relativamente pouca atenção na sociedade e nas políticas públicas.
Para colmatar a lacuna entre o que sabemos sobre a importância do desenvolvimento infantil na primeira infância e a realidade vivenciada pelas crianças, é necessário promover uma maior consciência sobre os desafios que as famílias enfrentam ao cuidar dos seus filhos pequenos e sobre as políticas e intervenções que as ajudarão a enfrentá-los.