A importância de intervir em idades precoces para prevenir ou atenuar problemas de desenvolvimento é hoje um dado inquestionável e um direito que assiste a todas as crianças, e particularmente às crianças mais vulneráveis. A investigação, nomeadamente no campo das neurociências, tem vindo a demonstrar que as experiências precoces têm um papel significativo no desenvolvimento cerebral e que os pais e outros prestadores de cuidados, bem como as características do ambiente familiar e social em que as crianças estão inseridas, têm uma influência direta no desenvolvimento da criança, com efeitos a nível do sistema nervoso central. De facto, existem evidências que comprovam que crianças com uma história de complicações pré, peri ou pós-natais apresentam sequelas a nível cerebral, com repercussões diretas no seu desenvolvimento.
A intervenção precoce tem como objetivo providenciar apoios e recursos às famílias de crianças entre os 0 e os 6 anos de idade, com atraso de desenvolvimento, incapacidade ou risco grave de atraso de desenvolvimento por condições biológicas e/ou ambientais, envolvendo ativamente as redes de apoio social informal e formal, que por sua vez vão influenciar, de forma direta e indireta, o funcionamento da criança e da família.
A ANIP – Associação Nacional de Intervenção Precoce, contando com a colaboração de Universidades e outras Organizações, no âmbito do Projeto Im2 – Intervir Mais, Intervir Melhor – disponibilizou um referencial comum orientador das práticas dos profissionais, denominado “Práticas Recomendadas em Intervenção Precoce na Infância: Um Guia para Profissionais” que poderá ser encomendado via formacao@anip.net (https://www.anip.pt/anip/publicacoes/). Este Guia encontra-se traduzido em inglês e está disponível em https://www.eurlyaid.eu/eciguidebook/.